O percurso do oleiro, desde aprendiz até mestre, assemelhava-se ao de outras atividades artesanais, culminando na notoriedade.
A constante interação com a roda permitia uma intimidade única, conhecendo cada peculiaridade e movimento. Isso criava uma unidade especial entre o artista e a ferramenta. Sentado diante da roda, o oleiro preparava o barro, amassando-o e colocando-o no centro do tampo humedecido. Com habilidade, dava vida à peça, moldando-a e acrescentando detalhes como asas, se necessário.
A “cega”, um fio acrílico ou cabelo de mulher, era utilizada para retirar a peça do tampo. As peças podiam ser classificadas como abertas (alguidares, panelas) ou fechadas (bilhas de segredo, vinagreiras), sendo também distinguidas entre loiça churra, mais utilitária, e a loiça fina, artisticamente decorada, demonstrando a criatividade de cada artista.
As miniaturas de barro, conhecidas como “brinquinhos” e “pucarinhos de peito”, eram apreciadas e utilizadas em rituais entre namorados, sendo exibidas no peito pelos rapazes e na liga pelas raparigas. Estas miniaturas eram populares em eventos sociais, profissionais e casamentos, representando uma curiosa lembrança e ampliando o mercado das produções cerâmicas